sábado, 14 de abril de 2012

O discipulado de Paulo

Jair Barreto

Imagino como o testemunho de Estêvão foi relevante para a conversão de Paulo.
Ele, que vivia a serviço do Deus "olho por olho e dente por dente". Ver Estêvão, em sua última súplica, pedir o perdão de Deus aos que lhe matavam.
Como isto já devia estar transtornando suas convicções. Mas que Jesus era este, que ensinou aos seus discípulos que eles atrairiam outros a sua fé, sem lutas, sem socos, sem gritos ou imposição.
Interessante notar que no momento do seu encontro com Deus, na estrada de Damasco, ao ser barrado por aquela voz e luz, ele imediatamente passa a chamar Jesus de Senhor, sem indagações nem dúvidas, o que nos daria base para presumir o que discorremos acima sobre a influência de Estêvão a sua conversão.
Imediatamente, sua segunda pergunta foi: Que queres que eu faça?
Aqui vemos a predisposição em obedecer prontamente!
Se humilha, deixando-se ser guiado por outros. Vai até a casa designada e fica em contrição completa, em jejum e oração, imagino que refletindo todas as mortes e assassinatos daqueles que serviam a Jesus, assassinatos ora presenciados, ora por ele executados.
Cego, completamente vulnerável, talvez aguardando sua própria condenação, cuja consciência e religiosidade prévia diziam que devia ser "vida por vida", logo, que a sua, por aquilo que ele mesmo cria, deveria ser ceifada em razão dos seus atos.
Esperando por quem? Justo por um discípulo de Jesus, alguém que provavelmente poderia ser mais uma vítima sua no futuro, para que lhe restaurasse a visão.
Melhor ficasse cego, imagino que talvez pensou, do que de repente observar alguém parente de alguém que matei.
Para que a restauração da vista? A do apóstolo foi para enxergar a beleza do evangelho de Jesus, que culmina num ato de misericórdia de Deus justamente através de alguém que humanamente e pela própria lei a que Paulo havia se devotado a vida inteira, deveria matá-lo, o que não acontece, somente por intervenção divina, que mandou a Ananias recolher seu preconceito, raiva (talvez existente) e estender a mão de misericórdia.
Outra coisa... Porque o próprio Jesus, assim como o cegou, não diretamente o curou também?
Penso que justamente para que fique muito, muito claro, algo que só a Deus pertence: a punição de um homem por seus pecados, esta unicamente pelas mãos limpas, santas e justas de Deus. Da parte da igreja, a que lhe cabe, estender a mão de perdão e reconciliação a todo e qualquer a quem Deus em sua soberania resolver chamar de filho.

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